quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Sobre os blogs?

Eu posso fazer disso um veículo para discussão política? Eu devo manifestar apenas opiniões pessoais? Vou redigir um diário auto-indulgente ou discursos sobre polêmicas supostamente interessantes? Para que servem os blogs? Não sei. Não sei mesmo.

Por um lado, penso em uma questão prática: tentar transmitir para os amigos interessados as notícias do que acontece por aqui, em Campinas, na minha nova rotina. Egocêntrico e pretensioso? Talvez. Mas em tempos em que todos recorrem ao Orkut e minha teimosia e idiossincrasias não me proporcionam a paciência necessária para este tipo de "networking" social, acho que encontrei um mecanismo que, se não é válido do ponto de vista da humildade, ao menos é viável.

Conforme a pretensão cresce, surgem novas utilidades: um diário de campo etnográfico, relatando minhas observações sobre a vida do povo do sudeste? Observações sociológicas auto-reflexivas sobre a vida acadêmica? Espaço para meu lado de crítico musical e literário? A inclusão digital possui suas peculiaridades: alçou um bêbado Jeremias ao estrelato e difundiu o acesso à pornografia; proporcionou a realização do ideal enciclopédico renascentista, mas também produziu tanto lixo informacional (blogs, fotologs ou vídeos no Youtube que nunca serão vistos ou lidos) que fico me questionando sobre o absurdo da coisa toda.

Não quero me tornar um fenômeno de milhares de acessos diários. Talvez, afinal, eu me desinteresse rapidamente pela atividade (já aconteceu antes!). Lembrei que no idioma inglês existe a expressão homesick - utilizável para alguém que sente-se triste e saudoso do lar ou da terra natal. Eis um estado de espírito curioso, que pode produzir reações curiosas. Posso estar sofrendo de homesickness ou algum tipo de mecanismo de preservação de identidade pode ter disparado o gatilho do "blogismo" em mim. De qualquer forma, aí está. Bom proveito!

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