domingo, 19 de outubro de 2008

Iconografia campineira...





E uma mensagem de otimismo...



"O mundo é uma merda, mas a trilha sonora é muito boa"!

Enquanto isso, na Sociedade do Espetáculo...

Andei meio cansado disso aqui. Ou talvez meio receoso. Ou apenas ocupado com outras coisas. Não sei ao certo, mas depois do incidente da mulher atropelada, as atualizações ficaram cada vez mais raras. Não sei se a inatividade passa logo ou se é definitiva. Não importa.

Afinal, a Sociedade do Espetáculo segue em frente. Depois da necrofilia do caso da menina Isabela, os sanguessugas acharam outros corpos humanos para parasitar. O seqüestrador passional, a jovem oprimida, a amiga corajosa e estúpida. Uma semana inteira de drama humano penetrando diretamente nos lares brasileiros por conta (principalmente) da imprensa televisiva. Depois de ter sido privado do controle que possuía sobre a jovem, o infame Lindemberg o retomou em grande estilo. Alimentado pela atenção da mídia (e ele chegou a conceder entrevistas, ao vivo), dominou as jovens cativas, mas também os policiais e a opinião pública. De uma situação de privação completa, de rejeição e sujeição (pobre, abandonado, anônimo) o rapaz transformou-se em estrela. Parabéns, Rede Globo! Parabéns, Record!

O que poderia ser um infeliz caso de crime passional, tornou-se uma celeuma vouyerística. Pela tela da TV, alimentamos a fera e, como não poderia deixar de ser, ela se tornou um monstro. Além de torná-lo o centro da atenção, o dotamos da "tele-visão" - a capacidade de enxergar à distância. Ele sempre estava um passo a frente dos negociadores, porque tinha ao seu lado a televisão. Assistia ao próprio espetáculo, em tempo real. E sempre sabia o que aconteceria no próximo instante.

Agora, é claro que serão execrados o pobre coitado e os policiais encarregados da operação (dotados, sim, do monopólio da violência, mas mal remunerados e mal instruídos). Tudo para que o espetáculo se estenda por mais alguns dias, onde acompanharemos o futuro do rapaz, da carcaça sem vida da vítima, da amiga desfigurada. Não posso ser contra a liberdade de expressão, mas algumas vezes começo a acreditar que em muitos casos ela é subvertida: torna-se a liberdade de estar errado e de agir errado.

Se eu fosse jornalista, estaria envergonhado.

sábado, 4 de outubro de 2008

E a moça atropelada não morreu...

Descobri ontem que a pessoa que vi ser atropelada não morreu. Fui até o local de trabalho dela, aqui perto de casa e perguntei sobre a moça atropelada (afinal, eu não sabia e ainda não sei o nome dela). Ela esteve em coma, esteve na UTI e ainda está internada. Mas está viva. Menos mal.