terça-feira, 30 de junho de 2009

Mudanças...

Muitas coisas aconteceram comigo nos últimos tempos. Em primeiro lugar, temos a mudança: da casa assombrada pela lembrança do assalto para um apartamento ajeitado em um bairro classe média de Campinas. Minha antiga rotina é coisa do passado, e ainda não tive tempo de estabelecer uma nova.

O que me causa maior espanto, num primeiro momento, é a descoberto de uma Campinas que é diferente daquilo tudo que conheci até agora. Se antes a cidade se resumia ao dilapidado e pichado centro e ao paradoxal provincianismo cosmopolita-estudantil (!) de Barão Geraldo, agora descobri uma nova faceta da cidade. O bairro onde moro agora, o Cambuí, é repleto de opções de lazer e gastronômicas e de pessoas bem-humoradas e atenciosas. Chega a ser impressionante. Estou encantado com a simpatia dos garçons, a atenção do barbeiro e o fiado que aplicamos na loja de equipamentos elétricos.

Em breve, depois de ter morado ali por um tempo, vou ser capaz de passar um relato menos deslumbrado. Por hora, fico contente com a bem-vinda sensação de segurança do condomínio, e com a alegria de ter saído um pouco do mundinho meio distorcido do condado - o distrito de Barão Geraldo, com seus alunos, professores e estranhas distâncias sociais.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Direto de PoA...

...e antes que eu esqueça, alguns "gauchismos":


Batida (bebida), não tem álcool. É vitamina de frutas.

Taça pode ser uma xícara.

Bauru é um lanche parrudo, com carne e ovo, e não aquela mixaria de queijo, presunto e tomate.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Momento "Zé-Graça"

Enquanto as novelas de Manoel Carlos normalmente se dedicam aos dilemas da classe média carioca, Glória Perez produz textos baseados em uma concepção ousada de geografia e cultura - é quase como uma National Geographic distorcida. A fórmula é conhecida: ciganos (Explode Coração), a Turquia e a clonagem (O Clone), imigração ilegal (América). Agora, a autora aponta para a Índia, com a novela que ganha o prêmio de referência histórica mais infame da televisão brasileira - Caminho das Índias. Nada como culturas exóticas sendo adaptadas para os padrões globais de dramaturgia, né?

Ok, são apenas novelas, e eu não quero fazer uma crítica áspera à produção cultural da televisão brasileira. Pelo contrário, quero fazer uma sugestão à autora... que tal procurar novos lugares e culturas exóticos para serem pasteurizados e avacalhados no horário das oito? Aí vão algumas sugestões para novas novelas:

(entra a narração off típica da Globo)


Vem aí... Ponte da Amizade, a nova novela das oito!

Juan Martinez (Thiago Lacerda) é um jovem paraguaio ambicioso, que herdou de seu tio (Tarcísio Meira) o comércio de cigarros falsificados em Ciudad del Este. Após uma noite de problemas com a Polícia Federal brasileira, ele conhece Pedro Almeida (Fábio Assunção), um brasileiro de Foz de Iguaçu, que está no Paraguai procurando por sua irmã desaparecida, Antonieta (Débora Secco). Ela foi enganada por promessas de vida fácil nos charcos paraguaios, e agora é refém de Pablo (Nuno Leal Maia), um peruano que vivia na Bolívia e muitas coisas trazia de lá. Juan e Pedro irão se aventurar no submundo paraguaio, procurando a jovem desaparecida, e provando o verdadeiro valor da amizade!

Participação especial de Antônio Fagundes e Stênio Garcia, como Pietro e Biño, dois caminhoneiros paraguaios que se metem em muitas ciladas!

De Glória Perez, Ponte da Amizade, a nova novela das oito!

(sobe a trilha sonora, tocando uma guarânia)

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Vem aí... Guantânamo, a nova novela das oito!

Hussef (Wagner Moura) é um jovem descendente de afegões, condenado injustamente pelo governo americano. Ele consegue escapar de seus algozes norte-americanos com a a ajuda de Concepción (Priscila do BBB, em sua estréia em novelas), uma pobre, mas honrada, trabalhadora cubana das plantações de cana de açúcar. Logo, o pobre americano-afegão descobre o valor da simplicidade e do amor, ao apaixonar-se por Concepción e conhecer seus pais, Carlos (José Mayer) e Maricota (Suzana Vieira) e seus irmãos, Pancho (qualquer ator adolescente da Malhação) e Maria Joaquinha (qualquer atriz mirim da Globo). Tudo parecia ir bem, até que um espião do exército americano, Thomas Suaréz (aquele cara que parece o Tom Hanks) chega à Guantânamo, para caçá-lo!

Participação especial de Carlos César Pereio, como Alejandro Casillas, o ditador cubano, e Cristiane Torloni como Louise Veronica, a corrupta embaixadora brasileira em Cuba.

De Glória Perez, Guantânamo, a nova novela das oito!

(sobe a trilha sonora, tocando uma salsa)


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Vem aí... Sete tons de branco, a nova novela das oito!

Stênio Garcia é Bin... digo, é Nunook, um esquimó Inuit. Último sobrevivente de um desastre ecológico no norte do Alasca, Nunook procura se adaptar à vida dos brancos em Anchorage. Para isso, ele conta com a ajuda de Veronica Fish (Vera Fischer) e Thom Bear (Tony Ramos), dois simpáticos e atrapalhados comerciantes de peixe e traficantes de óleo de baleia, que vivem em pé de guerra. Sua problemática filha adolescente, Moonshine (Marjorie Estiano) é o elo de ligação do simples Nunook com o mundo dos brancos. Ela irá descobrir o amor quando o sobrinho desaparecido de Nunook, o jovem Dunook (Cauã Reymond) reaparece misteriosamente. Mas esta paixão será atrapalhado por Gabriel, o rico estudante de intercâmbio brasileiro (aquele guri que fez o Cazuza), herdeiro da rica família Cavalcante (quaisquer atores que façam papel de ricaços na Globo...).

De Glória Perez, Sete Tons de Branco, a nova novela das oito!

(sobe a trilha sonora, tocando... ah, sei lá...)

Em breve, mudança!

Na sexta-feira (dia 19) vou deixar a casa ainda tomada pelas lembranças do assalto, para ir morar em um apartamento, em um bairro mais central da cidade. Em breve, comentários sobre a mudança...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Para que conste nos registros...

Depois do assalto, os moradores daqui da casa passaram a se empenhar, conjuntamente, na procura de um novo lar - preferencialmente um apartamento. As opções são muitas, e existem apês de todos os tipos: com piscina, salão de festas, academia, espaço gourmet, novos, velhos, grandes e alguns do tamanho de latas de sardinha...

De qualquer maneira, será que dá para acreditar que depois de uma visita a um desses condomínios, testemunhamos (minutos após o ocorrido) um jovem morador choroso relatar que havia sido assaltado, ali na frente do prédio?

Detesto concordar com o populacho e com o jornalismo marrom, mas... A coisa tá feia!